quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Quando o sentido discorre 


dos versos abaixo , não culpe se cansar os olhos,
nem se o faço de muita emoção ,
 hoje estou cansado de comedir,
quero que escorra em mãos como um
épico desleixado , sendo aqui o cavaleiro
desvairado , boêmio, um byrom , aquele
ser mundano que de nada tem de herói ,
de nada tem em ser meio humano
ou meio divino , o que se tem é o demais,
o metron, híbris , a ganancia , o gozo , a fúria,
o extremo , a ebriedade de aqui estar...
não sangra nenhum papel , nem os dedos
que os preenche , não cai aqui nem gota
de lagrimas, pois ja não sonho com tempos de outrora,
não desejo hoje escrever em tinteiro
sob o lampião do campo em luar.
aceito-te era, hera, quimera, e as demais criaturas
seja a devassa ou donzela...
a madrugada esfria , e nenhuma dama me espera,
e o céu se banha sem luar,
a rua é fria , oca e opaca, negra nos becos
onde os namorados não fazem romance, se enrolam,
perversos , maliciosos...
não há uivo , nem vampiros, morreram a tempos
sem sangue inocente para que os alimente,
pois os pudores ingênuos ja sairam de casa...
esta tudo tão mudado  aos escritos,
que nem sei se sou ficção ,
personagem ...me chamaram de ser  depressivo,
horrendo , morto vivo , pois
quando vi mariposas sob lampadas chamei-as;' bestas!!
criaturas de naturezas absurdas,
que procuram a luz, o inalcansável ,
sendo que há escuridão de sobra para se viver.'
não é moribundo ideal , e sim racional,
qual seria privar a mão de mefistófeles , se no fim
morrerá em luz, ou treva ,mas morrerá.
quando dizem-me carpe die ,
eu colho até as mangas larvadas, amassadas, e bicadas,
colho ... vejo... como...um dia , vivo e morro a cada momento.
ai...ai...!

onde encontro a trombeta do sétimo descanso?
por qual estou  para aprender?
sentir , coisa de pele ,
só que mais adentro , alma , espirito , carmas , energia , não sei ,
sentir, estética desvaria do sentimento que procura o belo
no mundo horrendo .
ja nem sei se sinto mais , 
ja nem tenho em meios meus ais,
o que sei é que vejo uma vênus convulsa e descabelada, 
e que minha pena escreve sem pena 
o desejo de corromper a mais bela Athena.

T.V.V

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