terça-feira, 14 de março de 2017

me dera teu cinismo ingenuo,
e botei o de baixo do travesseiro.
quando a estrela se erguia
num encanto de desencanto.

então , presente seguinte , ao despertar
meu olhos sondaram o travesseiro
e vi que que dormia num arvoredo.

seco , nu, como no inverno.
e vi que dormia no eterno
sonho da fada transmutar o suvenir
que me dera , quando da boca sua
a inocência veio cair.

feito dente de leite, onde num repetir
erro de cultivar as coisas perdidas

 botei tua inocência ;presa cínica cingida
que sob o leito ascendeu-se arvorecida.
tua mimesis brotou em despedida

na semente de um sonho , engradecida,
germinando natimorta , despida
tua ilusão elevou meu sono , apodrecida.

botei teu cinismo sob o travesseiro ,
invocando a fada da vida ,
e de baixo da minha fantasia enternecida
brotou um arvoredo de solidão e coisa partida.


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