sábado, 10 de setembro de 2016

Vultos no quarto

É olhar-te no plenilúnio , despejados sobre teu corpo
Os olhos meus , delineando a moldura languida que viça
Em ti, e vagamente beijando-a . Avido o véu rompo,

E a lua enche-se , enquanto o momento eriça
A magia dos corpos, agora, feras
Em unhas, uivos, mordidas e o olhar que atiça

Os arrepios da transformação, e de quem eras
Esquecer, e florescer dois em um outro ser.
Já não habitam nos lençóis convulsas quimeras!

Eis então que a lua cai , e junto se vai o crescer
De nossos vícios, e dando ver toda dispersa 
A magia , o feitiço, o calor se distender

Ao silêncio , preludio dessa conversa
Eclipsada ,dando-nos o desconhecer,
Enquanto partindo, calada, a porta nos atravessa. ]


T.V.Veiga

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